Cinema - As Sessões

“Dizem que existe um “copo de vida” pra cada pessoa, e que ele está ou meio vazio ou meio cheio, só depende de como você encara as coisas”; são essas as frases finais do protagonista de “As Sessões” ,filme que estréia sexta-feira nos cinemas, uma história real e inspiradora, sobre sexo e a psicologia da vida.

 O filme conta a historia de Mark O’Brien , um homem de 38 anos que aos 8 se tornou paralítico devido a poliomielite, perdendo assim todos os movimentos do corpo, com exceção da cabeça, sem contar também que ele tem a difícil tarefa de passar parte do dia em um “pulmão de aço”, um aparelho que recarrega o oxigênio em seu pulmão. Ele ocupa seus dias escrevendo poesias (mesmo na sua situação ele se formou na universidade),e também com visitas a igreja onde se tornou amigo pessoal do padre local. Aos 38 anos, com uma data de validade prescrita pelos médicos, Mark decidi que quer perder sua virgindade, então ele procura uma terapeuta sexual que acaba lhe indicando Cheryl Cohen, uma especialista em “exercícios de consciência corporal para o sexo”, que lhe ensinará na técnica e na prática todas as artimanhas sexuais.
 

 

 

As Sessões, do título do filme, são sobre as seis sessões que Mark teve com sua consultora sexual, e o filme se baseia nos artigos escritos por ele durante as mesmas.

O filme acompanha cada sessão de Mark, não mostrando apenas suas “aulas sobre sexo”, mas que as teorias/sessões de Cheryl vão muito além disso, chegam a ser quase intensas sessões de psicologia e regressão.

Em 10 minutos de filme esquecemos completamente o tabu sexual no qual a história se baseia, e que também vive rondando a sociedade atual; aqui essas tais situações são deixadas como pano de fundo, e o filme surpreende pela forma de que cada desafio (sessão) é apresentado e superado pelo protagonista.

O filme é super humano, uma perfeita combinação de risos e lágrimas, que fala muito sobre os dogmas impostos pela sociedade, do que é certo e errado; aí então temos a figura do padre, que em alguns momentos chega a ser hilário, ajudando e aconselhando Mark em suas escolhas, separando claramente a igreja dos tabus da sociedade atual.

Esse é um filme sobre sexo, e tem realmente cenas de sexo e nudez, mas em nenhum momento o filme glorifica isso, polemizando de alguma forma, ele trata essas tais cenas e momentos com imensa delicadeza e humor, o que não deixa o espectador constrangido em assistir.

 

 

No final percebemos que o cara lá do começo da história, que tinha uma doença tão estranha, e que passava o dia deitado em sua maca, nada mais é que um homem comum, simpático, irônico e humilde, aquele tipo de pessoa que gostaríamos de conhecer; e no fim aprendemos com ele, que às vezes devemos esquecer os desafio e preconceitos impostos pela sociedade, e não nos prender à nenhuma regra se de fato queremos nos sentir humanos.

Felipe Sev